Art isn't for everybody.
The work of João Pombeiro is based essentially on one or two Duchampian presumptions, on a few postmodernist avant-garde practices and on the constant denial of a clearly existing poetics, articulated by logics which are parallel to the ones used in common practices.
When observing the work of this author, easily we notice the constant use of methods based on irony, appropriation, sarcasm, citation and over all deconstruction and subversion. This subversion, not only contemplates everyday objects and experiences, but also any other aspect of the deepening of the microcosms of our being.
Another fundamental characteristic of his work is the never ending questioning of the artist’s role, of the art’s definitions, the concept of exhibition and the way that artistic context works, without ever supplying a convincing answer or an alternative in which he really believes.
Thus, we are sent to an deliberately obsessive, self-centered and self-contradictory universe , in which the choice and use of the medium – which can go from painting to video, passing by sculpture, photography, installations, or even design – assumes a big role in the denunciation of this universe.
João Pombeiro is a cynic, in the Hellenic sense of the term, who believes in drawing as a mental process, and makes art with a capital H, and the only thing that he desires is that no one blocks his sun.
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O trabalho de João Pombeiro baseia-se, essencialmente, num ou noutro pressuposto Duchampiano, numas quantas práticas das vanguardas pós-modernas e na constante negação de uma poética claramente existente, articulados segundo lógicas paralelas às da prática vigente.
Ao observarmos o trabalho deste autor, facilmente damos conta do uso constante de métodos que assentam na ironia, na apropriação, no sarcasmo, na citação e sobretudo na desconstrução e na subversão. Subversão essa, que poderá incidir não apenas nos objectos e experiências que constituem o quotidiano, mas também num qualquer outro aspecto mais enraizado nas profundezas do microcosmos do nosso ser.
Outra característica fundamental da sua obra, é o questionamento incessável do papel do artista, da definição de arte, do conceito de exposição e do funcionamento do meio artístico, sem nunca nos fornecer uma resposta convincente ou uma alternativa em que o próprio realmente acredite.
Assim, somos remetidos para um universo premeditadamente obsessivo, egocêntrico e auto-contraditório, no qual a escolha e uso do suporte ou médium – que poderá ir da pintura ao vídeo, passando ainda pela escultura, fotografia, instalação, e até mesmo pelo design – assume um papel de relevo na denúncia desse mesmo universo.
João Pombeiro é um cínico, no sentido helénico do termo, que acredita no desenho enquanto processo mental, que faz arte com H maiúsculo e que apenas quer que não lhe tapem o sol.