1.12.04

Introspective Exhibition 1997-2004 - Press Release

Art isn´t for everyone
Art isn't for everybody.

The work of  João Pombeiro is based essentially on one or two Duchampian presumptions, on a few postmodernist avant-garde practices and on the constant denial of a clearly existing poetics, articulated by logics which are parallel to the ones used in common practices. 

When observing the work of this author, easily we notice the constant use of methods based on irony, appropriation, sarcasm, citation and over all deconstruction and subversion. This subversion, not only contemplates everyday objects and experiences, but also any other aspect of the deepening of the microcosms of our being.

Another fundamental characteristic of his work is the never ending questioning of the artist’s role, of the art’s definitions, the concept of exhibition and the way that artistic context works, without ever supplying a convincing answer or an alternative in which he really believes.

Thus, we are sent to an deliberately obsessive, self-centered and self-contradictory universe , in which the choice and use of the medium – which can go from painting to video, passing by sculpture, photography, installations, or even design – assumes a big role in the denunciation of this universe.

João Pombeiro is a cynic, in the Hellenic sense of the term, who believes in drawing as a mental process, and makes art with a capital H, and the only thing that he desires is that no one blocks his sun.


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O trabalho de João Pombeiro baseia-se, essencialmente, num ou noutro pressuposto Duchampiano, numas quantas práticas das vanguardas pós-modernas e na constante negação de uma poética claramente existente, articulados segundo lógicas paralelas às da prática vigente. 

Ao observarmos o trabalho deste autor, facilmente damos conta do uso constante de métodos que assentam na ironia, na apropriação, no sarcasmo, na citação e sobretudo na  desconstrução e na subversão. Subversão essa, que poderá incidir não apenas nos objectos e experiências que constituem o quotidiano, mas também num qualquer outro aspecto mais enraizado nas profundezas do microcosmos do nosso ser. 

Outra característica fundamental da sua obra, é o questionamento incessável do papel do artista, da definição de arte, do conceito de exposição e do funcionamento do meio artístico, sem nunca nos fornecer uma resposta convincente ou uma alternativa em que o próprio realmente acredite. 

Assim, somos remetidos para um universo premeditadamente obsessivo, egocêntrico e auto-contraditório, no qual a escolha e uso do suporte ou médium – que poderá ir da pintura ao vídeo, passando ainda pela escultura, fotografia, instalação, e até mesmo pelo design – assume um papel de relevo na denúncia desse mesmo universo.

João Pombeiro é um cínico, no sentido helénico do termo, que acredita no desenho enquanto processo mental, que faz arte com H maiúsculo e que apenas quer que não lhe tapem o sol.

1.6.04

Oh Dear!

Exposição Colectiva de Ex- Alunos da ESAD

Artistas: Ana Rita António, Bruno Leitão, Carlos Bunga, Carla Cabanas, Diana Conde, Francisco Vidal, Helder Macedo, João Pombeiro, Jorge Santos, Luís Nobre, Luís Aguiar, Pedro Barateiro, Nuno Costa, Ricardo Pimentel, Samuel Rama e Sílvia Moreira.

Curador: Francisco Vaz Fernandes

4.4.04

PØRTUGÅL — 30 artists under 40



The Stenersen Museum, Oslo
(curated by Pedro Portugal)
Presidência da Républica Portuguesa, 04/2004

5.2.04

"A Simple Home Video"


Manuel João Vieira, ex-“Ena Pá 2000” e “Irmão Catita”, besides being a  painter, is the author of a video wich is one of the works of the exhibition:  " Portugal: 30 artists under 40", yesterday inaugurated by Jorge Sampaio, and Queen Sonja, in the Sternesen Museum, the most important museum of Contemporary art in Oslo .

“My contribution is a simple home video, with images taken from the mix of people that was my campaign Vieira 2001. It´s called “Vieira.com” and it’s a sub product of a wider performance”, stated the artist, who’s in Oslo integrated in Jorge Sampaio´s official comities.
A video where Cary Grant, in movie “North by Northwest” by Alfred Hitchcock, throws himself into a crop to runaway from a plane, in the middle of a desert landscape, is also presented in the exhibition. João Pombeiro, the author of the video, just erased the plane from Hitchcock´s movie, making Cary Grant look like a crazy man who throws himself into the ground, once, again, and again.

Lots of irreverence and color characterizes this exhibition ´s selected works, which isn’t very consensual: there’s a rug, 2m by 2m made out of chewed pink bubble gum, by João Pedro Vale, portraits by Paulo Mendes and Eva Mota, a panel by Alice Geirinhas, telling the story of a Portuguese emigrant’s daughter in Paris, with lots of misspell words, and a religious cross made out of Legos. 

The idea of making an exhibition like this is to project Portuguese contemporary art in Norway, where is not much known. Two Jorge Sampaio´s assistants chose the Sternesen Museum because of it’s a well positioned institution in the European art circuits, with connections with Documenta, in Kassel.

Last night, at the museum´s bar, Manuel João Vieira presented himself in a “performance” promoted by posters inspirited in “Tenório Tuna fish” commercials, “singing since1919”, in this case “singing since1970”.

I.B.
(in Público) 

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Manuel João Vieira, ex-Ena Pá 2000 e Irmão Catita, além de pintor, é o autor de um vídeo que é uma das obras da exposição “Portugal- 30 artists under 40”, ontem inaugurada por Jorge Sampaio, também acompanhado da rainha Sonja, no museu Sternesen, o mais importante museu de arte contemporânea de Oslo.

“O meu contributo é um humilde videozinho caseiro, com imagens tiradas da grande mistura de gente que foi a campanha Vieira 2001. Chama-se “Vieira.com” e é um subproduto de uma «performance» mais global”, afirmou o artista, que está em Oslo integrado na comitiva oficial de Jorge Sampaio.

Um vídeo em que Cary Grant, no filme “Intriga Internacional”, Alfred Hitchcock, se atira para dentro de uma seara para fugir a um avião, tudo isto no meio de uma paisagem deserta, também é exibido na Exposição. João Pombeiro, o autor, limitou-se a apagar o avião que aparecia no filme de Hitchcock, por isso Cary Grant parece só um maluco que se atira para o chão, uma vez, outra e outra.

Muita irreverência e muita cor caracterizam as obras seleccionadas para esta exposição, seguramente pouco consensual: há um quadrado de dois metros por dois feitos de chiclete cor-de-rosa mastigado, da autoria de João Pedro Vale, retratos de Paulo Mendes e de Eva Mota, um painel de Alice Geirinhas, contando uma história de uma filha de emigrantes portugueses em Paris, com muitos erros de ortografia, uma cruz feita de Legos. Para só falar de algumas.

A ideia de fazer uma exposição destas é lançar a arte portuguesa contemporânea na Noruega, onde praticamente não é conhecida. Dois acessores de Jorge Sampaio escolheram o museu Sternesen por este ser uma instituição muito bem posicionada nos circuitos europeus, ligada à Documenta de Kassel.
Ontem à noite, no bar deste museu, Manuel João Vieira apresentou-se  numa “performance” promovida com cartazes inspirados nos anúncios ao atum Tenório, “a cantar desde 1919”, só que ele se anuncia “a cantar desde 1970”. 

I.B.
(in Público)